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Há um novo romance a irromper na cena literária angolana. E há novos romancistas, uma geração independente, com uma sofisticação e um universalismo que lhes confere personalidade própria. Adriano Mixinge, recentíssimo vencedor em Luanda do Prémio Literário Sagrada Esperança, é o primeiro desses novos romancistas a ser editado em Portugal, com um romance fulgurante, «O Ocaso dos Pirilampos».

 

Romance de um forte e pungente simbolismo, «O Ocaso dos Pirilampos» é um grito, umas vezes revoltado, outras de uma ironia a roçar o sarcasmo, sobre o Poder Absoluto e a desumanização. Também se pode e é certeiro alegar que, como disse Amélia da Lomba, representante do júri que premiou em Luanda este romance, «O Ocaso dos Pirilampos» contesta “a sobreposição do lado material ao espiritual, num apelo à consciência colectiva.”

Leia-se Adriano Mixinge: “Ouvi um barulho estranho, persistente, ora abafado ora agudo. Deu-me vontade de urinar. O que urinei encheu-me de maravilha: começaram a sair aviões e mais aviões da minha uretra, enquanto todo o meu corpo cavernoso, a minha glande e o meu prepúcio pareciam estalar.” Assim começa, alegórico, polémico, fálico, «O Ocaso dos Pirilampos».

 

Adriano Mixinge, autor de dois romances, foi editor de cultura do “Jornal de Angola” e comissário de várias exposições de arte, em Angola e no estrangeiro.

  

O livro O Ocaso dos Pirilampos do autor Adriano Mixinge da Guerra e Paz Editores de 200 páginas e PVP de 15,50€

estará disponivel nas livrarias a 21 de Maio

  

 «O narrador-protagonista é um ser arrogante […] Ele é o grande demiurgo: as cidades nascem do interior do seu corpo para depois serem excretadas através dos seus vómitos. […] E os habitantes vivem sob o signo do grande-chicote, simbolizado no falo omnipresente do todo-poderoso personagem-narrador.» 

 Isaquiel Cori, escritor angolano, sobre O Ocaso dos Pirilampos

 

Sinopse

 Em O Ocaso dos Pirilampos, romance angolano de todas as interrogações, ouve-se uma voz que se confessa. É a voz do protagonista, senhor de um poder absoluto sobre a vida e morte dos seus súbditos: «A vontade de possuir o outro é rectangular como o íman, o desejo e a cola. A vontade de agredir é quadrada como o martelo…» 

 

Vencedor do Prémio Literário Sagrada Esperança 2013, segundo romance de Adriano Mixinge, o primeiro publicado em Portugal, O Ocaso dos Pirilampos não teme visitar os lugares do crime: «Os lugares do crime são sempre lugares de pressa, de inquietação, de arrepio e eu adoro-os.» 

 

Um romance angolano com uma dimensão universal. Estão aqui todas as angústias do homem contemporâneo.

 

Biografia do autor

 Adriano Mixinge

 Nasceu em Luanda, em 1968. É autor do romance Tanda (Edições Chá de Caxinde, Luanda, 2006) e do livro de ensaios Made in Angola: arte contemporânea, artistas e debates (Editions L’armattan, Paris, 2009). 

 

Aos onze anos viajou para Cuba. Passou toda a sua adolescência na Ilha da Juventude. Formou-se em História de Arte pela Universidade de Havana. Em 1993, regressou a Angola. Foi investigador no Museu Nacional de Antropologia de Luanda, editor cultural do Jornal de Angola e comissário de diversas exposições de arte, em Angola e no estrangeiro, sendo a mais importante «Entre a guerra e a paz», exibida na primeira Bienal de Arte contemporânea de Joanesburgo, em 1995. 

 

Em 2002, foi nomeado conselheiro cultural na Embaixada de Angola em França e, nesta condição, organizou o projecto artístico e cultural «Angola, mon amour» (Musée du Quay Branly, Paris, 2008) e esteve na origem da exposição «Angola, figuras de Poder» (Musée Dapper, Paris, 2011), entre outras. 

 

Actualmente, é conselheiro cultural na Embaixada de Angola em Espanha.

 

O autor vai estar em Lisboa para a sessão de lançamento da obra, que terá lugar a 21 de Maio, às 18h30, na FNAC Chiado. «O Ocaso dos Pirilampos» vai ser apresentado pela Professora Elizabeth Vera Cruz e pelo jornalista Henrique Monteiro.

 

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